Inflação acelera a 0,23% em agosto, puxada por aumento da energia elétrica

Em contribuição portal UOL, o prof. de Renda Fixa, Raphael Moses, dá seu parecer sobre a inflação devido ao aumento da energia elétrica.
Contribuição: Prof. Raphael Moses

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, acelerou para 0,23% em agosto. No mês anterior, o índice havia registrado alta de 0,12%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Reajustes nas contas de luz também contribuíram para alta do IPCA. Três das capitais pesquisadas pelo IBGE reajustaram as contas de luz no último mês: Vitória, com alta de 3,2% a partir de 7 de agosto; Belém (9,4% a partir de 15 de agosto); e São Luís (10,43% a partir de 28 de agosto).

Resultado ficou abaixo das expectativas, que chegavam a 0,52%. Analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast apostavam em alta de 0,28%, em média. O intervalo das estimativas ia de 0,23% a 0,52%.

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Grupo Alimentação e bebidas emendou terceiro mês de queda. O resultado foi puxado principalmente pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,26%). Entre os produtos que ficaram mais baratos em agosto, estão batata inglesa (-12,92%), feijão carioca (-8,27%), tomate (-7,91%), leite longa vida (-3,35%), frango em pedaços (-2,57%) e carnes (-1,9%).

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IPCA mede a inflação para famílias de áreas urbanas com renda de 1 a 40 salários mínimos. Entre as categorias consideradas para mapear a evolução geral dos preços, estão os custos com alimentação, habitação, saúde, transporte e educação, por exemplo. O índice é calculado pelo IBGE desde 1980.

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Banco Central acompanha a inflação para definir os juros. O IPCA é um dos principais indicadores usados pelo BC para fazer ajustes na Selic, a taxa básica de juros da economia. Quando a inflação está alta, o BC sobe a Selic para tentar conter o consumo e, consequentemente, os preços. Quando a inflação cai, a tendência é que os juros também sejam reduzidos.

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A alta do grupo de energia elétrica e de transportes foi compensada pela desaceleração do grupo de alimentação e de serviços. Vale ressaltar o impacto que o setor de serviços tem nas decisões do BC. Com o resultado divulgado hoje, há possibilidade de um corte mais agressivo nos juros em dezembro, de 0,75 ponto.

Raphael Moses, professor da COPPEAD/UFRJ

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